Trans-Blogs - a Importância da tecnologia no Jornalismo

Fizemos essa conversa em 2010 com os alunos de Jornalismo da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro. Não tem como ficar de fora da tecnologia, mas é preciso saber o que dizer e mais do que nunca: CONTEXTUALIZAR a informação. Conversa maravilhosa com meu colega Chico Octavio, do Jornal O Globo, referência no Jornalismo Investigativo Brasileiro.

Women's Day / A pobreza no Brasil é feminina

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Neste dia mais que especial, o 8 de Março, estar ao lado de uma pesquisadora egípcia e outra americana no Bechtel International Center, na Universidade de Stanford (onde passo meus dias desde setembro de 2010) foi uma honra. Contei um pouco da evolução do cenário de extrema pobreza no Brasil, o quanto avançamos nos últimos anos com programas de transferência de renda como o Bolsa Família. A platéia do evento ficou surpresa quando recorri às estatística para comprovar: a pobreza no Brasil é cada vez mais feminina. As famílias das comunidades carentes das grandes metrópolis, com forte presença do tráfico de drogas, são comandadas por mulheres, já que (parte d) os homens dessas comunidades têm vida curta ao se envolverem com o crime do tráfico. Elas são afro-brasileiras em sua maioria, com baixa escolaridade e seus filhos estão fora da escola. As crianças precisam ajudar a mãe e já "trabalham" desde bem pequenas. Essas guerreiras do lar sonham em ter um marido para sustentá-las, o que parece um contrasenso: são formadas por uma sociedade ainda muito machista, mas que é comandada, em cada pequeno barraco, pelas mulheres. Elas se sentem sozinhas e sonham com dias melhores para seus filhos. Os dados são da pesquisa " A nova expressão das mulheres na periferia (UFRJ)", de Heloísa Buarque de Hollanda e Cláudia Ferreira. O projeto Weberes de Jornalismo CrowdSource (veja no post anterior) busca justamente equilibrar a auto-estima dessas mães por duas vias: 1. dando emprego digno 2. criando uma conversa positiva sobre a importância delas no combate à violência nessas comunidades. Para desenvolver essa "conversa positiva", trabalhamos junto com os pesquisadores Doris da Fonseca (aqui no Brasil, Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação ) e BJ Fogg (Universidade de Stanford). BJ Fogg faz um trabalho incrível na Califórnia sobre como usar a tecnologia para mudar comportamentos.